Biossegurança na odontologia: confira sua importância

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Fernando Simioni

biossegurança na odontologia

Na área da saúde, é fundamental ter atenção a uma série de cuidados para garantir a proteção dos pacientes e dos profissionais. É por isso que as práticas de biossegurança na odontologia devem ser seguidas à risca, de acordo com o ambiente e os riscos envolvidos.

Em geral, em uma clínica ou um consultório odontológico, os principais riscos são de caráter biológico. Além disso, sem os cuidados essenciais, os materiais utilizados no ambiente de trabalho podem gerar contaminações na natureza. Por essa razão, conhecer as boas práticas de biossegurança é fundamental para todo profissional que atua na área.

Neste artigo, saiba como orientar a equipe a seguir as regras de biossegurança na odontologia e minimize, ao máximo, os riscos na rotina de trabalho!

Qual a importância da biossegurança na odontologia?

O objetivo das práticas de biossegurança é proteger tanto o paciente quanto os profissionais de riscos biológicos. Desse modo, é possível lidar melhor com imprevistos, antecipar soluções para evitar acidentes envolvendo agentes biológicos e eliminar, ao máximo, os perigos envolvidos nos atendimentos.

É considerado risco biológico o contato com agentes, como bactérias, fungos, vírus, protozoários, parasitas e demais microrganismos com o organismo humano. Consequentemente, essa contaminação poderia gerar alguma doença ou infecção, que compromete a saúde e o bem-estar das pessoas envolvidas.

O contágio por esses microrganismos podem acontecer no contato com sangue, saliva e mucosa contaminadas. Como a odontologia pode lidar com todos esses materiais biológicos, os cuidados com a biossegurança precisam ser reforçados.

O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) no ambiente de trabalho, o transporte e manuseio correto de materiais, assim como o descarte adequado são essenciais para a rotina em um consultório odontológico. Esses cuidados protegem os profissionais, os pacientes e o meio ambiente de contaminações, prevenindo também problemas legais e de reputação da clínica.

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Quais os principais protocolos de biossegurança para clínicas odontológicas?

Tendo em vista a importância da biossegurança no ambiente de trabalho na odontologia, nada melhor do que conhecer os protocolos essenciais para seguir à risca no dia a dia. Saiba mais, a seguir!

Esterilização de equipamentos

Nenhum material não estéril pode ter contato com o paciente ou com o profissional. O uso de luvas e demais itens de EPI é fundamental na rotina odontológica para prevenir o contágio de agentes biológicos.

Todo equipamento utilizado com o paciente precisa estar esterilizado para prevenir a contaminação cruzada. Por essa razão, logo após a consulta, os itens utilizados devem ser colocados para esterilização. Antes de iniciar um novo atendimento, é necessário higienizar o local e pegar materiais estéreis, abrindo-os no momento de usar, na frente do paciente.

Para isso, vale a pena destacar as principais diferenças nos métodos de limpeza, higiene e descontaminação que podem ser usados em uma clínica odontológica:

  • assepsia: previne a contaminação de materiais e do ambiente por agentes biológicos;
  • antissepsia: evita o crescimento biológico de microrganismos em um ambiente ou equipamento;
  • limpeza: remove sujidades no ambiente e nos equipamentos;
  • desinfecção: remove a maior parte dos agentes biológicos patogênicos de um material ou ambiente;
  • esterilização: elimina todos os agentes biológicos de um material, por meio de altas temperaturas e pressão.

Descarte correto de materiais

Todos os resíduos de um consultório odontológico precisam ser devidamente separados. Isso porque, alguns deles, conhecidos como lixos hospitalares, precisam de um destino especial. Esse cuidado é importante para atender às exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Os Resíduos de Serviços da Saúde (RSS) precisam ser colocados em um saco ou caixa especial, que indica riscos de contaminação. A lixeira também deve ser diferenciada, com tampa acionada por pedal, a fim de prevenir o contato com os materiais infecciosos. 

Em seguida, os RSS precisam ser identificados como materiais infecciosos, segundo a Resolução CONAMA 358/2005, e selecionados para transporte adequado para destino de descarte. A NBR 7500/21 da ABNT orienta sobre os procedimentos corretos para descartar os resíduos.

A identificação ocorre de acordo com o caráter do lixo hospitalar. Nesse caso, existem até 5 categorias. Conheça cada uma delas!

Grupo A

Essa é a classificação destinada a resíduos que podem ter microrganismos patogênicos, como gazes, luvas, máscaras, curativos, algodão, entre outros materiais em contato com sangue, tecidos e resíduos biológicos.

 O descarte desse tipo de resíduo deve ser feito em um saco plástico branco leitoso com símbolo de lixo infectante.

Grupo B

Lixos que contêm substâncias químicas, como produtos farmacêuticos, reagentes e demais compostos, devem ser adicionados em recipientes seguros, fechados e com a descrição do conteúdo dos resíduos. Empresas licenciadas fazem a retirada desses RSS.

Grupo C

Materiais radioativos, que foram utilizados em procedimentos odontológicos, como diagnósticos por imagem, devem ser identificados com símbolos de radioatividade e recolhidos com segurança por empresas especializadas.

Grupo D

É considerado lixo comum. Portanto, não pode ser misturado às demais categorias de resíduos para evitar contaminações. Papéis para secar as mãos, lenços, copos plásticos, embalagens e demais materiais que não oferecem perigo podem ser colocados nessa classificação.

Grupo E

Essa é a categoria destinada para materiais perfurocortantes, como lâminas, vidros, tesouras, agulhas, ampolas, vidros e demais itens. O descarte é realizado em uma caixa de papelão rígida, feita em camadas resistentes, com a identificação de risco biológico.

Higienização das mãos

Ainda com o uso e a troca das luvas, é fundamental fazer a higienização correta das mãos antes e após os atendimentos aos pacientes. Esse cuidado diminui os riscos de contaminação cruzada e mantém a proteção do profissional e das superfícies em que encostar.

A higienização deve ser feita com água e sabão líquido. Vale a pena ressaltar a importância de remover anéis, relógios e demais acessórios das mãos, dos dedos, das unhas e dos pulsos.

Após a lavagem, é possível secar as mãos com uma toalha descartável, seguindo na direção dos dedos para os cotovelos. O papel pode ser descartado em lixo comum.

Limpeza do ambiente

Os ambientes também precisam ser devidamente limpos para garantir a biossegurança. A limpeza remove secreções e demais agentes biológicos. Depois de limpar as superfícies com água e sabão, é possível também fazer a desinfecção com produtos hospitalares. Já os equipamentos usados devem ser levados para esterilização.

Uso de EPIs

A paramentação adequada durante os atendimentos vai reduzir consideravelmente os riscos de contaminação do profissional e do paciente. Além disso, garante a atenção às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Os EPIs essenciais para a rotina de atendimentos em um consultório odontológico são:

  • touca, que diminui o contato com aerossóis;
  • óculos de proteção, reduz o contato com secreções, materiais químicos e agentes aerossóis;
  • máscara descartável, com duplo filtro e tripla camada, para proteger a boca e o nariz de contaminações;
  • avental ou jaleco, com tecido lavável ou descartável, mangas longas e botão para fechamento;
  • luvas, novas, sem reprocessamento e descartáveis após cada uso, para prevenir o contágio com as superfícies;
  • calçados fechados, com sola antiderrapante, a fim de evitar acidentes, choques, contatos com fluidos e demais impactos.

Imunização em dia

Profissionais da área da saúde também precisam manter a vacinação em dia, uma vez que apresentam maior exposição a doenças infectocontagiosas. Desse modo, também é uma prática de biossegurança garantir a imunização contra:

  • Influenza;
  • Tríplice Viral;
  • Hepatite B.

Os profissionais da odontologia podem ter preferência na garantia do esquema vacinal nos sistemas de saúde público. Portanto, é fundamental acompanhar o calendário para procurar pelas vacinas nos momentos adequados e reforçar a segurança de todos.

Como é a classificação das áreas da biossegurança na odontologia?

Além dos protocolos de biossegurança, a odontologia também classifica diferentes áreas de acordo com os riscos para a saúde e a integridade das pessoas que circulam pelo ambiente.

A classificação das áreas da biossegurança na odontologia é fundamental para garantir os recursos e preparos essenciais para fortalecer a segurança de todos os envolvidos.

Saiba como é feita essa classificação e como selecionar as áreas da biossegurança na odontologia!

Não crítica 

A seção não crítica é o ambiente em que não há circulação de agentes biológicos perigosos, como a parte da administração, a copa e demais espaços em que não há circulação de pacientes.

Semi-crítica

A área semi-crítica tem risco atenuado de contato com agentes perigosos, porém, ainda não há circulação pelos pacientes. Os laboratórios e salas de armazenamento de medicamentos, por exemplo, são locais que se enquadram nessa classificação.

Crítica

Por fim, existe a área crítica, que pode passar desde a sala de recepção até os centros cirúrgicos. Esses são os espaços de circulação dos pacientes, profissionais e membros da equipe.

Setores de atendimento clínico, ambientes de esterilização, salas de radiologia: todos esses são lugares críticos, que necessitam de limpeza e desinfecção mais frequentes.

Em geral, cuidar da biossegurança na odontologia exige redobrar a atenção às normativas e aos protocolos de segurança. Ter um sistema odontológico para ajudar o registrador faz toda a diferença no monitoramento do cumprimento das normas e no reforço da segurança da clínica.

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